Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho; Tainan Messina. 2012. Anemopaegma arvense (BIGNONIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie não endêmica do Brasil, encontrada também na Bolívia e Paraguai (Firetti-Leggieri, 2009). No Brasil é amplamente distribuída, encontrada nas Eegiões Norte (Tocantins, Rondônia), Nordeste (Maranhão, Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná) (Lohmann, 2012).
<i>Anemopaegmaarvense </i>é conhecida popularmente por catuaba, alecrim-do-campo e catuabinha. São subarbustos terrícolas, deciduifólias,hermafroditas, apresentando síndrome de polinização melitófila e dispersãoanemocórica. São plantas autocompatíveis e agamospérmicas. Não é endêmica do Brasil, ocorrendo também na Bolívia e no Paraguai. No Brasil, além da distribuição nos Estados supracitados, tem indicações de ocorrência também na Bahia, Ceará e Maranhão. É adaptada ao fogo e é bastante usada no comércio de plantas medicinais. Extratos da espécie foram patenteados por grupos de pesquisas japoneses para fins cosméticos. A grande exploração da espécie e ausência de cultivo no país para fins comerciais causaram um declínio populacional de 50% nos últimos 10 anos. Mesmo ocorrendo em diversas unidades de conservação (SNUC), encontra-se ameaçada devido ao intenso desmatamento do bioma Cerrado e a sua exploração in situ. São necessários esforços de coleta a fim de verificar a diversidade genética das subpopulações, a viabilidade populacional e sua proteção, além da elaboração de um plano de manejo adequado, que viabilize a exploração da espécie.
O gênero Anemopaegma é bastante controverso e confuso e provavelmente várias espécies surgiram por hibridização e introgressão (Gentry, 1973 apud Firetti-Leggieri, 2009). Firetti-Leggieri (2009) sugere que A. arvense é um complexo de espécies composto por A. acutifolium DC., A. arvense (Vell) Stellf. ex De Souza e A. glaucum Mart. ex DC. Diferenciação entre cada espécie em Firetti-Leggieri (2009).Nomes populares: "alecrim-do-campo", "caramuru", "catuaba", "catuaba-pau", "catuaba-verdadeira", "catuabinha", "catuíba", "marapuama", "pau-de-resposta", "piratancará", "piratançara", "tatuaba", "verga-tesa", "vergonteza" (Lohmann, 2012). Bastante difundida na medicina popular, outras espécies também são conhecidas por "catuaba", como Erythroxylum catuaba, E. vaccinifolium (Erythroxylaceae), Phyllanthus nobilis (Euphorbiaceae), Secundatia floribunda (Apocynaceae), Tetagastria catuaba (Burseraceae) e Trichilia sp. , mas apenas A. arvense é considerada "a verdadeira catuaba" (Batistini, 2006). A palavra "catuaba" origina-se de um termo composto tupi que significa "homem válido" (Charam, 1987 apud Batistini, 2006).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
---|---|---|---|---|---|
3.2.2 Sub-national/national trade | |||||
É uma espécie bastante difundida no comércio de plantas medicinais e não há registro de cultivo no nosso país (Batistini, 2006). |
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
---|---|---|---|---|---|
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) | |||||
O bioma Cerrado perdeu cerca de 48% de vegetação nativa até 2009 (MMA/IBAMA, 2011). |
Ação | Situação |
---|---|
1.2.1.3 Sub-national level | on going |
Considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR,1995). |
Ação | Situação |
---|---|
5.7 Ex situ conservation actions | needed |
Batistini (2006) recomenda que 37 dos indivíduos analisados por ela sejam inseridos em um banco de germoplasma "in vitro", seguindo métodos morfológicos, moleculares e de análise fitoquímica. |
Ação | Situação |
---|---|
4.4 Protected areas | on going |
Encontrada em diversas unidades de conservação (SNUC), Reserva Ecológica do IBGE, DF, Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, GO, Parque Estadual Gruta da Lagoa Azul, MT, entre outras (CNCFlora, 2012). |
Uso | Proveniência | Recurso |
---|---|---|
Cosméticos e perfumaria | ||
Extratos de A. arvense têm sido patenteados por grupos de pesquisa japoneses para fins cosméticos (Mio et al., 2003 apud Batistini, 2006). |
Uso | Proveniência | Recurso |
---|---|---|
Bioativo | ||
A catuaba é bastante difundida na medicina popular, sendo utilizada para sonos agitados, nervosismo, convalescença de moléstias graves, moléstia de estômago e dificuldade de raciocínio (Batistini, 2006). Foi descoberto que o extrato das raízes dessa planta possui ação anti-tumoral (Uchino et al., 2004 apud Batistini, 2006). |